A E-lastic acredita na importância de nutrir boas relações com os profissionais que fazem parte da sua lista de clientes, como fisioterapeutas, profissionais de educação física e personal trainers. Por isso, convidamos o David Lima, Fisioterapeuta na cidade de São Paulo e cliente E-lastic desde 2018 para escrever este artigo sobre treinamento de força aplicado à fisioterapia.
O David é pós graduado em fisiologia do exercício, trabalha com fisioterpia ortopédica e desportiva. Ele defende que na fisioterapia é fundamental ter dados de avaliação individualizados para direcionar o tratamento dos pacientes e atletas, para atingir o grande objetivo de reabilitar e prevenir lesões musculares.
E para cumprir este objetivo, a prática clínica tem se utilizado de ferramentas como avaliação funcional, testes de amplitude de movimento, avaliação biomecânica e avaliação de força muscular.
O David Lima pode ser encontrado pelo seu Instagram pessoal ou o Instagram da sua clínica, a Costa e Palma.
A respeito do treinamento de força aplicado à fisioterapia, mais especificamente em relação a quantidade de treinos/sessões, há pouca evidência científica de que um maior volume de treino ocasione aumento de força. Mas que há interferência quanto ao nível em treinamento muscular para novatos, intermediários e avançados (Bickel et al, 2011).
Já para um músculo treinável é necessário alguns princípios, entre eles a sobrecarga progressiva, especificidade, reversibilidade e a individualidade. No livro Fisiologia do Exercício, William Mcardle apresenta que o treinamento de força ocorre em eventos que duram menos de 60 segundos, onde acontece uma maior predominância do metabolismo anaeróbico, melhorando o sistema ATP-CP e a glicólise anaeróbica.
Ainda no livro Fisiologia do Exercício, o autor diz que “um músculo se fortalece quando é treinado próximo de sua atual capacidade máxima de gerar força”.
Logo, o nível de tensão aplicada ao músculo (intensidade de sobrecarga) aumenta suas capacidades e melhora suas condições de desempenho, sendo necessário reavaliar sua força para verificar a condição do músculo, implementando novas cargas conforme a evolução.
Pela minha experiência como fisioterapeuta, constatei que em programas de força na fisioterapia, o paciente pode ter:
Os treinos indicados para esses pacientes, podem ser feitos com cargas menores ou iguais a 50% de 1RM, pois eles podem ser tão eficientes quanto cargas superiores a 80% de 1RM, dependendo da intensidade aplicada ao músculo . (Morton, et al; 2016., Mitchell, et al, 2012., Takarada et al., 2000).
Ao longo dos anos que presto atendimento, pude reparar que há várias situações adversas na forma como o fisioterapeuta tem de lidar com o quadro dos pacientes, o que cria grandes desafios para o aumento de força.
Por exemplo, quando o paciente apresenta reclamações de dor (o que diminui o quadro funcional das atividades), aspectos de desequilíbrio de simetria funcional, pós-operatório, lesões por sobrecarga, lesões crônicas e muitas outras variáveis que influenciam na evolução de carga do paciente e, consequentemente, no sucesso do tratamento.
Nos dias atuais, cada vez mais vem ocorrendo a preocupação de avaliar força, principalmente para saber os ganhos que o paciente ou aluno teve durante o período de treinamento.
Logo, avaliar com precisão a qualidade de força muscular se tornou fundamental. Para isso a utilização de ferramentas como o dinamômetro se tornou importante, pois ter o acompanhamento em tempo real é totalmente válido em meio a tantos programas de treinamentos que há nas clínicas de fisioterapia.
Como fisioterapeuta, eu posso com o E-lastic, escolher qual será a porcentagem de carga mediante o teste de avaliação isométrica máxima do paciente. Assim, posso utilizar a carga correta e evitar patologias musculoesqueléticas.
Conforme trabalho com a carga adequada para treinar força muscular do paciente, eu consigo obter melhores resultados, tendo dados tangíveis em minhas mãos. Desta forma, posso montar as melhores estratégias para o paciente. O que se comprova na reavaliação.
Esses prints são de um de meus pacientes, que longo de 8 meses de tratamento, pôde comprovar a sua evolução. Tendo apresentado ótimos resultados no treinamento de força, na intensidade do treinamento e na funcionalidade das atividades.
Como podemos observar nos gráficos, na flexão de cotovelo do lado direito de bíceps apresentou 24kg e o esquerdo 23.8kg na avaliação inicial.
Após a primeira avaliação, estabeleci uma periodização do programa de treinamento desse paciente e ao longo de 8 meses evoluímos em intensidade a carga de treinamento. Desta forma, o paciente pôde, na avaliação final, ter a evolução de força no lado direito de 43.6kg e para o lado esquerdo 38.8kg.
Sessões de exercícios que irão ajudar no ganho de força, devem ser pensadas, planejadas e executadas com cuidado e atenção. Pois, caso contrário, o paciente pode se lesionar. O que não é ideal em nenhum cenário.
Acompanhar o paciente durante seu tratamento, realizando avaliações baseadas em dados, após um programa de treinamento na fisioterapia e mostrando a ele os resultados de seus exercícios é eficiente para o ganho de força.
Pude constatar isso nos últimos anos em que não só realizo avaliação de força, mas apresento os resultados a meus pacientes com a tecnologia do E-lastic.
Avaliar bem é a peça chave do resultado, só assim é possível se programar para realizar diversas sessões da forma correta.
Livro:
1- Fisiologia do exercício (nutrição, energia e desempenho humano), 8° edição, William D. Mcardle.
Artigos
1- Takarada, Yudai & Takazawa, Haruo & Sato, Yoshiaki & Takebayashi, Shigeo & Tanaka, Yasuhiro & Ishii, Naokata. (2000). Effects of resistance exercise combined with moderate vascular occlusion on muscular function in humans. Journal of applied physiology (Bethesda, Md. : 1985). 88. 2097-106. 10.1152/jappl.2000.88.6.2097.
2- Mitchell, Cameron & Churchward-Venne, Tyler & West, Daniel & Burd, Nicholas & Breen, Leigh & Baker, Steven & Phillips, Stuart. (2012). Resistance exercise load does not determine training-mediated hypertrophic gains in young men. Journal of applied physiology (Bethesda, Md. : 1985). 113. 71-7. 10.1152/japplphysiol.00307.2012.
3- Morton, Robert & Oikawa, Sara & Wavell, Christopher & Mazara, Nicole & Mcglory, Chris & Quadrilatero, Joe & Baechler, Brittany & Baker, Steven & Phillips, Stuart. (2016). Neither load nor systemic hormones determine resistance training-mediated hypertrophy or strength gains in resistance-trained young men. Journal of Applied Physiology. 121. jap.00154.2016. 10.1152/japplphysiol.00154.2016.
4- Bickel, C & Cross, James & Bamman, Marcas. (2010). Exercise Dosing to Retain Resistance Training Adaptations in Young and Older Adults. Medicine and science in sports and exercise. 43. 1177-87. 10.1249/MSS.0b013e318207c15d.