Você já ouviu falar de Fisioterapia Baseada em Evidências (FBE)?
A fisioterapia baseada em evidências consiste na utilização das melhores evidências científicas disponíveis para o melhor atendimento da prática clínica profissional.
O fisioterapeuta deve identificar as melhores formas de estabelecer diagnósticos, prognósticos e selecionar intervenções mais eficazes para solução nos tratamentos de seus pacientes.
Para isto, ele necessita procurar saber quais são as melhores técnicas e tratamentos para o problema do paciente e para resolvê-lo deve recorrer a artigos científicos, revisões sistemáticas, tecnologias e as melhores diretrizes clínicas sobre o tema.
Neste artigo você verá a importância da prática baseada em evidências na fisioterapia e como esse método traz melhorias no processo fisioterapêutico.
Resultado da aplicação em fisioterapia do modelo de Medicina Baseada em Evidência (MBE), criada nos anos 1980, a Fisioterapia Baseada em Evidência (FBE) é a integração da experiência clínica com as melhores evidências disponíveis através de estudos de investigações científicas.
Sackett e colaboradores (1996) define a MBE como “o emprego consciente, explícito e verdadeiro da melhor evidência atual, para concretizar melhores decisões”.
Sua prática significa integrar a capacidade clínica individual com a melhor evidência clínica externa disponível a partir da investigação sistemática”.
Portanto, como o conceito de fisioterapia baseada em evidências é uma ramificação da medicina baseada em evidências, pode-se usar a definição de Sackett et al para ela.
Uma vez que ao basear-se em evidências na prática clínica, o fisioterapeuta está utilizando de técnicas estudadas e testadas em campo, pois, evidencia é aquele conhecimento produzido através do método científico.
Logo, ele pode garantir um tempo menor de tratamento ao paciente e, talvez até, menos custos financeiros.
Assim, o fisioterapeuta conseguirá identificar as melhores formas de estabelecer diagnósticos, prognósticos e selecionar intervenções mais eficazes para solução nos tratamentos de seus pacientes.
Já foi bastante comum que muitos fisioterapeutas tivessem o hábito de basear sua prática clínica apenas na experiência de colegas ou professores, por exemplo.
Contudo, com o crescimento exponencial da internet no começo deste século, resultados de pesquisas começaram a ser publicados em um ritmo frequente e o acesso a essas pesquisas tornou-se mais fácil.
Afinal, na era pré-internet pesquisas científicas podiam ser acessadas por poucas pessoas e, quando muito, só por alunos de determinadas universidades.
Hoje, a fisioterapia baseada em evidência, é uma prática imprescindível para o fisioterapeuta.
Ela respalda a tomada de decisões clínicas, desde o diagnóstico até a alta do paciente, sempre tomando por base a realidade clínica e, é claro, as preferências dos pacientes.
Mas por que, afinal, é tão importante a prática da fisioterapia baseada em evidências? A PBE permite ao fisioterapeuta:
Outro motivo bem relevante para basear as práticas clínicas em evidências é o grande número de pesquisas científicas produzidas em todo o mundo. Por mais que as melhores e mais significantes pesquisas sejam produzidas na língua inglesa, o Brasil, mesmo longe de ser um dos países com mais pesquisas publicadas, possui importante relevância no cenário mundial de publicações de pesquisas.
O Brasil é o 13º maior produtor de publicações de pesquisa em nível mundial e seus resultados crescem anualmente. Mesmo que, historicamente, o impacto das pesquisas brasileiras na produção científica mundial foi baixa, os números vêm mudando e na última década teve um aumento de 18%.
Então, há boas pesquisas nas diversas especialidades da fisioterapia em português, nossa língua nativa. E com o fácil acesso a vários desses estudos, o fisioterapeuta tem uma gama maior para encontrar embasamento para seus tratamentos.
A fisioterapia baseada em evidências se baseia em 3 princípios:
Essa tríade garante ganhos aos pesquisadores, aos profissionais da fisioterapia e aos pacientes.
Por consequência, a junção de todos esses agentes, leva a um aumento significativo da credibilidade da fisioterapia perante a outras áreas da saúde. Jà que as análises realizadas nas clínicas, o fisioterapeuta poderá comprovar as afirmações que fizer.
Afinal, ela foi baseada em evidências científicas que garantem assertividade à prática clínica. Desta forma, análises subjetivas perdem cada vez mais espaços nos consultórios, o que é de grande importância para os profissionais e pacientes.
O objetivo da prática baseada em evidências é fazer da investigação científica uma ferramenta que permita ao fisioterapeuta encontrar evidências que justifiquem sua atuação frente a determinadas doenças e problemas dos pacientes a fim de encontrar os melhores resultados com seus tratamentos.
No fim, as evidências científicas buscam dar a garantia de campo para o fisioterapeuta analisar aquele estudo e, com sua experiência, decidir se aquele resultado encontrado na pesquisa pode ser utilizado ou não com seus pacientes. É um trabalho de combinar os conhecimentos práticos (fisioterapeuta) e científicos (pesquisadores).
Como vimos, praticar a fisioterapia baseada em evidências produz ganhos para 3 agentes envolvidos: pesquisadores, fisioterapeutas e pacientes.
A cada ano que se passa, o número de pesquisas realizadas aumenta e por consequência novas tecnologias surgem derivadas de descobertas encontradas nessas pesquisas, como é o caso da E-lastic.
O uso de tecnologia na fisioterapia pode ser, sim, considerada uma consequência da prática baseada em evidências. Um exemplo, são as tecnologias de biofeedback portátil, que garantem a um nível ainda maior o acesso a evidências na prática clínica.
Portanto, é importante que além de consumir pesquisas científicas, o fisioterapeuta procure tecnologias que auxiliem no tratamento de problemas e doenças de seus pacientes.
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Até semana que vem!